Andy @ 20:43

Qui, 14/10/10

Não foi há muito tempo, apesar de agora parecer que foi noutra vida.

Andava como quem tem o peso do mundo nos ombros. Tinha acabado de terminar o 11º, agora era tempo de me preparar para os exames. Mas a minha vontade era deitar todos os livros janela fora, gritar ao mundo que estava farta. Fazia a minha média de cinco em cinco minutos: era preciso um verdadeiro milagre para conseguir. Depois de ter feito das tripas coração, depois de ter dado tudo por tudo e de ter conseguido subir a todas as disciplinas este ano, via que nada valia a pena. Era preciso um milagre. Sempre que via a minha média, e que calculava as notas que precisava de ter nos exames e no 12º sentia um aperto no coração. Como ia conseguir?

Fui lavar a cara para tentar manter-me concentrada. Afinal ia ter exames. Olhei-me ao espelho. Vi o meu reflexo. E por momentos, deixei de estar ali, na minha casa de banho. Só me via a mim. E foi então que imaginei. Imaginei alguém à frente de um computador, a tremer enquanto escreve o seu número de bilhete de identidade. E sem dar por isso, eu própria já tremia. Essa pessoa faz enter. E lá está: Colocada. Na primeira opção. Um pensamento passa na cabeça dessa pessoa: “Consegui!” levanta-se da cadeira e dá um salto de pura alegria, ri-se de si mesma, de alegria, de paz. Sente-se completa, gira sobre si mesma e sem reparar lágrimas de alegria saltam-lhe dos olhos.

Sem reparar, eu própria dera o meu salto, eu própria sorria agora com verdadeira alegria para o espelho. E foi então que voltei à realidade. Apoiei-me nos braços e deixei que as lágrimas se soltassem. Deixei por uma última vez, chorar por aquilo. Chorar por aquilo que nunca seria meu. Chorar por aquilo que eu nunca sentiria. Chorar por aquilo que sempre sonhei, mas que só podia imaginar.

Olhei de novo para o espelho e limpei as lágrimas. Tentei esquecer a sensação daquela rapariga que saltou e conseguiu. Olhei-me nos olhos. Podia não conseguir, mas ao menos daria tudo aquilo que tinha e o que não tinha. Devia isso a todos os que acreditaram em mim. Era tempo de trabalhar.

 

Consegui =) Entrei na minha primeira opção com média de 185,7. Por favor, não desistam, nunca. Uma vez vi ouvi num filme para crianças: O maior fracasso é desistir. Eu por muitas vezes, não acreditei em mim, mas houve quem acreditasse. E que me deu força. Por isso,

 

Eu acredito em ti




Andy @ 20:01

Seg, 12/07/10

Será? Será possível? Por vezes custa-me a acreditar... Tão perto, tão próxima. É como ter quase ao alcance da minha mão algo que mal se notava no horizonte.

Medicina? Faculdade de Medicina de Lisboa. É agora ou nunca.

 

Quando for grande quero ser médica dos pequeninos! E cozinheira porque a comida nos Hospitais é mesmo má

 

Contrariei tudo e todos. Mostrei que nada é impossível. Ninguém acreditava que ia ser possível, e quando eu própria já estava quase a desistir, dei a volta. Agora é esperar. Mas fiz tudo o que podia. E sinto-me bem. Lutei pelo meu sonho, agora é esperar que se realize. Afinal "Sucesso só vem antes de Trabalho, no Dicionário"

 

“Minha menina nada! Poderosa” – A minha professora de F/Q do 10º e 11º, que no 10º disse-me que eu nunca conseguiria ter mais de 13 a fq da forma que era. Que no inicio do 11º riu quando me ouviu dizer que queria seguir Medicina. Que me abraçou na quinta-feira depois daquela frase e disse Eu sabia que eras capaz.

 

No fim, aprendi que todos nós somos capazes.


sinto-me: Feliz